The Yes Man Fix the World

De volta ao blog, depois de um necessário período de descanso, recomendo um bom documentário da HBO que assisti durante as férais, chamado “Fix the World”, já com legendas em português. Os diretores (do grupo The Yes Man) praticam a mesma estratégia adotada por Michael Moore em seus documentários, de mostrar o outro lado da discussão de forma caricaturada, mas, apesar disso, o vídeo não deixa de ser um bom exercício de reflexão.

Aqui vai o primeiro vídeo de uma série de 9:

 

 

4 comentários em “The Yes Man Fix the World”

  1. Prezado George,

    não sei se é uma falsa impressão, mas parece que vc não está demonstrando muita preocupação com a atual situação da magistratura brasileira, que vive um momento difícil. Talvez esteja preocupado mas não tem mais forças para lutar. Prefiro ficar com essa segunda hipótese.

    De qualquer forma, vc poderia fazer um último esforço para usar esse blog, que tem um alcance muito grande, a fim de mostrar o cotidiano de um juiz. Sim, mostrar que, ao contrário do que se pensa e se divulga, o juiz trabalha muito e têm grandes responsabilidades na sua profissão. Poderia usar toda sua criatividade, inteligência e habilidade de escrever para descrever um pouco da extenuante jornada de trabalho de um magistrado.

    No Blog do Fred, o jovem Juiz Federal Marcello Enes Figueira fez um desabafo comovente, e ao mesmo tempo preocupante, chegando ao ponto de ter que argumentar que a aprovação no concurso para a magistratura e respectiva posse não transformam “o antes candidato num verme” e que ainda não chegou no ponto de ter vergonha de ser juiz, nem acha que deve.

    O quadro é grave. Nossa sociedade precisa repensar seus conceitos sobre a magistratura. Chegou a hora dos juízes se apresentaram a sociedade. Quem são e o que fazem. São pessoas comuns, que têm sonhos e que ficam tristes com as notícias erradas de que ganham muito e não fazem nada. Fazem justiça para os outros e também não gostam quando são injustiçados.

    Não dá para entender pq a imprensa e a sociedade em geral parece carregar tanto ódio pelos juízes. É algo inexplicável. Com tantas carreiras jurídicas igualmente remuneradas e praticamente com os mesmos direitos (algumas com até mais), apenas os juízes são levados à execração pública e achincalhados como se fossem os verdadeiros fanfarrões da Repúbilca e os responsáveis pelas mazelas sociais.

    Mas se você preficar ficar quieto em relação a isso, não precisa se sentir culpado, pois vou entender. E aí terei a certeza de que realmente chegou o dia do medo para todos nós.

    Respeitosamente.

    1. Prezado anônimo,

      construí este blog como um espaço virtual para os debates acadêmicos em torno dos direitos fundamentais. Eventualmente, em situações que me parecem apropriadas, trago assuntos corporativos, inclusive sabendo que, invariavalmente, os comentários nem sempre são amistosos.
      Se você tiver interesse em lê-los, basta fazer uma pesquisa com a expressão “magistratura” na barra “search” e encontrará vários posts sobre o tema.
      De qualquer modo, ainda estou de férias e prefiro tratar de assuntos mais leves neste momento.
      Mas tenha certeza de que a defesa da magistratura, sobretudo de sua independência e de sua dignidade, é um dos tópicos paralelos mais freqüentes aqui do blog.

      George

  2. Extraído de: http://judexquovadis.blogspot.com/

    Wadih Retro

    Domingo saiu uma entrevista do Sr. Wadih Damous, presidente da seccional Rio de Janeiro da OAB e candidato extemporâneo a presidente nacional da OAB. Vejamos algumas pérolas. E as observações do Espirito de Porco.

    “Mas há juízes que perdem o sono por causa disso. Eles dizem: “ah, mas nós vamos de terno e gravata, e não fazer o mesmo é falta de respeito”. Sim, porque eles saem de casa com ar-condicionado dos automóveis pagos pelo dinheiro público e vão para seus gabinetes, que no caso dos desembargadores, são verdadeiros latifúndios.”

    De fato os automóveis dos juízes, em ultima analise, são pagos pelo dinheiro público, mas apenas na exata medida em que os vencimentos dos juízes são custeados pelos impostos pagos. Mas pelo andar da carruagem, sequer ar condicionado os juízes poderão pagar para ter em seus automóveis. Quanto aos latifúndios, só se for no sentido de se praticar, à custa da força do trabalho escravo, uma cultura que não exige grandes investimentos. E são estes mesmos “latifúndios” que a OAB não abre mão de ocupar pelo quinto. Parece discurso do MSG – Movimento dos Sem Gabinete.

    “Naquela fatídica sessão, a pauta estava sobrecarregada com diversas demandas da magistratura, como sempre, ligadas ao aumento de vencimentos, auxílio-moradia, auxílio-alimentação, mais cargos”.

    Realmente, “como sempre” apenas porque “como sempre” os donos do poder, já que não podem atingir a consciência da magistratura, atinge-lhe o bolso, aviltando a dignidade do Poder Judiciário em face dos demais poderes.

    “… trazer o outro lado do balcão para dentro do Judiciário. A OAB deveria propor que a escolha não passasse pelos tribunais, que os nomes dos indicados fossem direto para o governador, para o presidente da República.”

    Se for para trazer “o outro lado do balcão” para dentro do Poder Judiciário – seja lá o que isto queira dizer – então melhor tirar logo o balcão. E deixar que os nossos governantes usem, nas indicações, o conhecido balcão deles.

    “Eu tenho orgulho dos desembargadores que indicamos na minha gestão. Exigimos que eles assumissem um compromisso com a advocacia.”

    E eu que achava que o compromisso dos magistrados era com a Justiça…

    “E o Judiciário é um mau prestador de serviços, ainda tem o pensamento do Império, com seus títulos de desembargador, de ministro, que substituíram os de duque ou de barão, que também são vitalícios.”

    Por enquanto o Judiciário realmente ainda tem o pensamento do império. Do império da lei. E vai saber por que incomoda tanto ao Sr. Wadih a nobreza dos títulos de ministro ou desembargador… Mais uma vez a raposa falando das uvas.

    “O presidente da República é eleito com 60 milhões de votos. Já os juízes, por não terem os cargos conseguidos no sufrágio, acham que não são representantes do povo.”

    Juízes, que não do quinto, de fato não precisaram de campanhas eleitorais – e seus meandros – de alguns meses para conseguir cargos. A campanha deles vem desde o berço e consiste em longos anos de estudo e formação cultural.

    “Os juízes têm uma capacidade de mobilização quanto às questões que dizem respeito a suas demandas corporativas que é impressionante.”

    Isto é pura e rasa projeção, que qualquer primeiranista de psicologia conhece bem. Dizer que juízes tem uma impressionante capacidade de mobilização só pode ser deboche.

    “A PEC dos Recursos mostra que o Poder Judiciário vive para o seu próprio umbigo. Quando se pensa em uma reforma do Judiciário, seja ela total ou parcial, quando parte do próprio Poder Judiciário, é para resolver o problema dos juízes, não para resolver o problema da cidadania. É sempre no sentido de desafogar de trabalho os juízes.”

    Não é para desafogar o trabalho dos juízes. É para desentupir, no sentido escatológico mesmo, os gabinetes e cartórios de tanta porcaria encartada nos autos.

    Sobre se existe punição prevista para advogado que cobra abaixo da tabela da OAB:

    “Não, a não ser que isso configure uma atitude desleal do advogado. Digamos que haja dois escritórios, um ao lado do outro, e ambos são especializados em determinado tipo de questão. Se um, sabedor do preço praticado pelo outro, resolve cobrar a menos, possivelmente a OAB, por conta do escritório prejudicado, interviria.

    O nome disto é cartel. Troque-se “escritório” por “padaria” e se verá o absurdo do alegado.

    Sr. Wadih, jogue suas falsas e defeituosas pérolas aos porcos do seu chiqueiro. Provavelmente o senhor será eleito presidente da OAB.

    Bel. Pinguelas de Miranda.

  3. Extraído de http://judexquovadis.blogspot.com/

    Vergonha alheia

    Não sei os leitores do blog. Mas eu, particularmente, sinto
    “vergonha alheia” toda vez que passa o quadro
    “O Conciliador” no Fantástico.

    Vejo as pessoas gritando e quase saindo no tapa durante a
    sessão de conciliação. Há casos em que não apenas tentam,
    como quase forçam conciliação em situações na qual
    o autor não tem qualquer direito.

    E sinto vergonha porque são situações que diariamente
    tento evitar que ocorram durante as audiências.
    São ocorrências que desprestigiam a justiça.

    Porém, já dá para perceber que várias pessoas que chegam
    ao fórum para as audiências acham que estão no quadro
    do Fantástico e que podem fazer o que bem entenderem, inclusive
    tentar transformar a audiência em um verdadeiro circo.

    E assim o desrespeito pela justiça só vai aumentando…

    juiz anônimo

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