Não sei se o diálogo abaixo ocorreu ou não, mas que é divertido é.
Foi extraído da Coluna do Haidar:
FORA DOS AUTOS
O Paraíso na terra!
Sessão da 2ª Turma do STJ. O desembargador convocado Carlos Mathias reage ao ouvir da tribuna críticas do advogado em relação à demora no julgamento do caso:
— O STJ não é lento. Os juízes trabalham muito, exaustivamente, noite e dia, com destemor, galhardia e devoção. Os integrantes daqui são dedicados, sérios, honestos, limpos, cuidadosos…
A ministra Eliana Calmon interrompe Mathias:
— Onde é que os magistrados são assim, excelência? Existe um lugar assim?
Mathias:
— Existe sim, excelência. E é aqui no STJ. Os ministros que compõem essa Corte são batalhadores, meticulosos, estudiosos, corretos, verdadeiros sacerdotes da coisa pública que renunciaram a quase tudo na vida para se dedicar ininterruptamente ao ato de julgar.
Eliana:
— Esse lugar até existe, mas não é no STJ não.
Mathias:
— E onde é?
Eliana:
— É no Paraíso. Aqui no STJ não tem nada disso do que o senhor está falando não.
Caro George,
Em razão de andanças contingentes da vida, conheci o Ministro Carlos Mathias. Nada decorrente da advocacia ou atuação profissional. Do que recordo, posso afirmar que as palavras (supostamente) ditas por ele combinam com o estilo e a personalidade que tem, sempre enfático, exagerado, promotor de si e com ares de quem diz e faz para entrar na história. Entre descrição e crítica, posso afirmar que o Ministro é boa pessoa, além de ser um homem culto, mas comete seus arroubos marcantes (estes, sim, entram para os anais da instituição, com o perdão do possível, mas não intencional, trocadilho).
Para mim (posso está errado) ele apenas tenta defender o STJ cegamente, dizendo o que realmente o Ministros da corte são (ou talvez é necessário ser para estar na corte), mas logicamente com um ar dissimulado, agora a ministra com um comportamento mais ativo, solta voz e coloca a boca no trombone para realmente dizer a verdadeira características dos integrantes daquele pardieiro.
Ps: Só não sei qual é pior, dar uma de cego e fingir que não enxerga ou querer dar uma de certinha mas continuar na mesma cumplicidade e não pronunciar nomes, pois todos sabem que essas são as virtudes e comportamentos esperados para estar lá, se ela sabe que aquela afirmação do desembargador é falaciosa, com certeza sabe quem contribui para que sua afirmação seja realmente verdadeira.
isso o que eu interpretei do diálogo aqui, sem a continuação.
Concordo com as interpretaçõs do Hugo. Deve-se constatar, ainda, que a prática forense nos revela, através de inúmeras petições, e não somente em sustentações orais, como a ora relatada, essa espécie de “puxa-saquismo”, como forma de sensibilizar o julgador para a tese defendida. É ridículo! Só mesmo uma psicologia jurídica para explicar tão secular comportamento.
Parabéns pelo blog, Dr. Marmelstein!
Abraço a todos!
George,
Assídua na leitura de seu site me deparo com algo surpeendente como tal ato do (agora) Ministro. Não falta mais nada para acontecer.
A sorte termos alguém como a Ministra Eliana (longe de querer “puxa o saco” de alguém), sempre com muito bom humor, conseguiu livrar aquela Corte de uma piada maior.
Por que o Rodrigo Haidar esperou tanto tempo para publicar esse dialogo? Afinal, o Carlos Mathias saiu do STJ ha uns 4 ou 5 meses.
Eh engracado! o colunista eh considerado um bom jornalista, pois comenta sobre os bastidores do judiciario. A Cristina Lobo tambem eh otima, comenta sobre politica. E o pobre do Leao Lobo, o que eh? Um fofoqueiro?
Concordo com as interpretaçõs do Hugo. Deve-se constatar, ainda, que a prática forense nos revela, através de inúmeras petições, e não somente em sustentações orais, como a ora relatada, essa espécie de "puxa-saquismo", como forma de sensibilizar o julgador para a tese defendida. É ridículo! Só mesmo uma psicologia jurídica para explicar tão secular comportamento.
Parabéns pelo blog, Dr. Marmelstein!
Abraço a todos!;…