A citação de hoje será em homenagem a Hegel, cujas idéias, confesso, conheço muito pouco porque nunca consegui passar da primeira página. O texto abaixo é um comentário de Schopenhauer à obra de Hegel:
“Se se quiser embrutecer desde cedo um jovem e torná-lo incapaz de qualquer idéia, não há meio mais eficaz do que o assíduo estudo das obras originais de Hegel; porque essa monstruosa acumulação de palavras que se chocam e se contradizem de modo a que o espírito se atormenta inutilmente tentando pensar alguma coisa enquanto as lê, até ficar cansado e murchar, aniquila nele paulatinamente a faculdade de pensar de modo tão radical que, a partir daí, passam a ter para ele valor de pensamentos as flores retóricas insípidas e vazias de sentido (…). Se alguma vez um preceptor temer que o seu pupilo se torne demasiadamente sagaz para os seus planos, poderá evitar essa desgraça com o estudo assíduo da filosofia de Hegel”.
Schopenhauer, Parerga e Paralipomena
Extraído do livro: A Filofosofia com Humor, de Pedro González Calero
Arthur se garante demais. Meu favorito, disparado.
Coincidentemente, George, hoje mesmo eu estava tentanto ler uns trechos do livro “Princípios de Filosofia do Direito”, do Hegel. E sempre que tento ler algo que Hegel escreveu eu compreendo de modo experimental o significado de “analfabetismo funcional”.
Só para registrar:
“Nós alemães, somos hegelianos, mesmo que nunca tivesse existido um Hegel, na medida em que (ao contrário de todos os latinos) damos instintivamente ao vir-a-ser, ao desenvolvimento, um valor mais profundo e mais rico do que aquilo que ‘é’ – nós mal acreditamos que se justifique o conceito de ‘ser'”.
Nietzsche
Pois é, Daniel. Mas pelo menos somos pentacampeões, algo que eles ainda estão muito longe de “vir-a-ser”…
George
Para contribuir com o tema, um excerto de Hugo de São Vítor:
“(…) e também os escritos daquelas pessoas que nestes nossos tempos [século XII] costumamos chamar filósofos, os quais, porém, costumam alongar uma matéria breve em longas controvérias de palavras e obscurecer com palavras obscuras um sentido fácil”.
A obscuridade continua em voga.
Até que encontro um site honestamente contundentemente confrontante diante de retóricas arco-íris: Do nada para lugar nenhum!
Parabéns, George, por sua lucidez!
Rosângela