“A Sra. Digby me disse que, quando morava em Londres com sua irmã, a Sra. Brooke, de vez em quando elas eram honradas pela visita do Dr. Johnson. Ele foi visitá-las logo depois da publicação de seu dicionário imortal. Na ocasião, as duas damas fizeram os elogios devidos. Dentro outros tópicos mencionados, as duas louvaram muito a omissão de todas as palavras obscenas. “Ora, minhas caras! Então vocês procuraram por elas?, perguntou o moralista”.
H. D. Best, Personal and Literary Memorials, na frase que inaugura o livro “Os Sete Minutos”, de Irwing Wallace.
Na semana passada, li uma notícia informando que a Justiça censurou uma das fotos da Carol Castro publicada na revista Playboy a pedido de entidades religiosas. Na foto em questão (reproduzida logo abaixo), a atriz global está segurando um terço. (veja a notícia aqui).
A decisão judicial foi extramente sintética. Confira:
“Processo 2008.001.251383-5
1. Alinha a autora, na peça de ingresso, o vilipêndio de símbolo religioso, utilizado em foto de nudez, através de revista de grande circulação, para adultos, lançada pela editora-ré.
2. Os aspectos enfocados integram conflitos aparentes de interesses constitucionalmente protegidos, na seara da liberdade jornalística, artística e religiosa.
3. Cabe ao Magistrado, em sede de tutela antecipada, ponderar os interesses de direitos difusos, para não tolher o livre acesso do cidadão à qualquer tipo de informação, com ingerência na sua vida privada ou violando a privacidade, assim como proteger o sentimento religioso.
4. Com efeito, não pode atuar o Judiciário de forma arbitrária, no recolhimento dos exemplares que se encontram nos estabelecimentos de venda, por isso que já estão disponibilizados para o público, em geral, até porque não atingida, em princípio, a integridade moral dos jurisdicionados, cuja faceta integra a fase probatória.
5. Em contrapartida, deve evitar-se o atingimento do mencionado sentimento religioso da comunidade cristã, até porque nenhum, ou pouco, prejuízo irá ser imposto à editora-ré, com a subtração de uma só foto.
6. Pelo talhe do exposto, considero que presentes, em parte, os pressupostos autorizativos, por isso que DEFIRO, PARCIALMENTE, A TUTELA ANTECIPADA, para determinar à ré abstenha-se de distribuir novas revistas com a foto impugnada, sob pena de multa diária de R$1.000,00.
7. Cite-se e intime-se, com cópias da exordial e desta decisão, cuja diligência deve ser cumprida em até 72 (setenta e duas horas)”.
Particularmente, não concordo com a decisão, ainda que tenha havido, por parte do juiz, uma saudável tentativa de harmonizar os interesses conflitantes. A meu ver, a liberdade artística deveria prevalecer integralmente nesse caso. Aliás, basta ler o livro “Os Sete Minutos”, de Irwing Wallace, que já comentei aqui, para se convencer de que falsos moralismos não são suficientes para justificar uma limitação tão séria à liberdade artística e de expressão. Isso é coisa da Idade Média!
No caso em questão, a foto é de muito bom gosto, pelo menos na minha opinião. Mesmo que se considere que a pornografia não está protegida pela liberdade de expressão, é inegável que a polêmica foto está longe de configurar material obsceno. Já vi coisa muito pior (ou melhor, depende do ângulo) no show da Xuxa.
Também não consigo perceber qualquer ofensa direta ou mesmo indireta ao cristianismo. Nem com muito esforço a publicação da foto poderia ser considerada como discurso de ódio (“hate speech”). A configuração do “hate speech” é um dos motivos juridicamente aceitáveis para a restrição da liberdade de expressão, o que, a meu ver, não ocorreu no caso, até porque a revista é destinada primordialmente ao público masculino adulto, não sendo razoável imaginar que as pessoas mais religiosas terão acesso ao referido material. O objetivo do fotógrafo não foi menosprezar o sentimento religioso de ninguém. Com certeza, os leitores cativos da referida revista não ficarão escandalizados com a foto. Aliás, talvez surjam algumas reclamações, pois a foto mostra menos do que deveria mostrar. Mas a mera reprodução do terço em si não é nada demais.
Acho que as pessoas mais religiosas deveriam se preocupar com o que é realmente importante do ponto de vista ético e não ficar perdendo tempo com futilidades.
***
PS. Algo me diz que vai aumentar substancialmente o número de visitas no blog. Afinal, o que tem de pessoas procurando no Google por “fotos da Carol Castro Nua” não está no gibi (é o novo!).
A foto em questão é a que se segue:
Oxe! Não dá nem para ver que é um terço…
Bom, sou cristão também, e obviamente por ter meus valores cristãos não concordo com certas coisas, ainda assim sei que a minha competência de cuidado restringe-se à minha vida. Mas pelo que eu estou vendo nesta foto nem o crucifixo exposto está. Pra dizer a verdade, ainda que estivesse bem evidente eu não me preocuparia em ficar pentelhando a Playboy, afinal, se é ou não lícito perante Deus um ato desses não sou eu quem poderia dizer, a não ser Ele mesmo; claro, eu não vou meter o bedelho nisso, vou deixar pra Playboy e o Senhor Deus se acertarem…
Coragem é para poucos. Com efeito, o douto magistrado perdeu uma chance de ouro de pontificar a separação entre Estado e Religião e a necessária neutralidade daquele.
Ademais, é preciso um olhar demasiadamente crítico, pendente para o fundamentalismo, para encontrar na foto ofensa à liberdade ou ao sentimento religioso de quem quer que seja. E só isso justificaria a violência perpretada contra a liberdade de expressão artística. Lamentável.
Concordo que a liberdade artística deva prevalecer. E, na foto, não há nada que ofenda a moral cristã. Creio haver atitudes pontíficas que agridam muito mais.
Basta lembrarmos das violências sexuais ocorridas dentro do celibato.
Radar,
não creio que o princípio da laicidade do Estado se aplique ao caso em questão, pelo menos não com tanta intensidade ao ponto de merecer um desaque especial.
No caso, a limitação à liberdade artística foi justificada muito mais em razão de o magistrado da causa haver considerado que houve ofensa a um determinado grupo religioso. Se ao invés de segurar um terço, a modelo estivesse segurando uma estrela de Davi, por exemplo, acho que o referido magistrado também teria determinado a retirada da foto. Ou seja, não houve, no caso, pelo menos essa é minha impressão, uma preocupação em fazer valer os dogmas religiosos, mas tão somente em proteger um grupo que se sentiu ofendido com a utilização de seu símbolo sagrado.
Como disse, não concordo com a decisão judicial. Mas se efetivamente estivesse havendo ofensa a um grupo religioso, seja ele qual for, o Judiciário estaria autorizado a restringir a liberdade de expressão.
Por exemplo, se ao invés de um terço, a atriz estivesse segurando uma suástica nazista, o juiz poderia determinar a exclusão da foto, pois aí sim se configuraria a “hate speech”, em relação aos judeus. E não há que se falar aqui em separação da igreja e Estado.
Minha opinião sobre a laicidade do Estado já foi externada no seguinte post:
https://direitosfundamentais.net/2008/06/15/os-juristas-assombrados-pelos-demonios/
George Marmelstein
Com certeza o magistrado errou, e conseguiu atingir um direito fundamental em cheio.
Sou muito cristão, e apesar de não concordar com associação do cristianismo à pornografia, nu artístico ou o que for, a cada um foi dado o livre arbítrio.
Como bem lembrado pelo Dr. George, a foto não incita o ódio nem o preconceito, representa apenas uma visão artística.
Espero que a decisão seja reformada pelo tribunal.
Uiuiui! Acho que a igreja perdeu uma ótima oportunidade de divulgar a sua religião; tem muito ateu, agnóstico e outras crenças, que depois dessa foto virariam cristãos!!!
E via o Estado laico e viva Carol Castro!
No que trata dessa questão, eu me surpreendi. Assim como o comentarista eu não vi nada de errado na foto, muito recatada para este tipo de publicação. Entretanto minha surpresa foi a decisão do juiz, que quis agradar a Igreja. Honestamente não achei que teria apoio uma decisão de “censura”, mas o que vi foi o contrário. Muitas pessoas aplaudiram a decisão. Na minha visão temos muito em caminhar como povo para entendermos completamente o que é “liberdade de expressão” e “separação do Estado e Igreja”.
apenas para esclarecer aos inocentes que, senão que a foto aqui apresentada pode estar editada, mostrando apenas o belo rosto da atriz, tem outras fotos que aparece não só o terço, mas outras coisitas mais….. basta procurar na internet…..
Essa foi demais.
O referido ensaio de Carol Castro está excelente. Os 33 anos da revista (trata-se de edição de aniversário) não poderiam ter sido comemorados de forma mais adequada. As fotos – fazendo aqui observação puramente objetiva e artística, claro, eis que compro a revista com fins meramente sociológicos (e para ver as piadas, naturalmente) :-) – estão lindas e são de muito bom gosto.
No caso, o pedido já é absurdo. O seu deferimento, então, nem se fala.
Além de todos os argumentos já apontados pelo George e pelos comentários acima, deve-se ainda lembrar que se trata de um absurdo falso moralismo medieval ver no sexo, e no corpo feminino, algo de errado, ofensivo ou imoral. Simplesmente não acredito que ainda existam pessoas que pensem assim em pleno século XXI. Afinal, se fomos mesmo criados por um Deus, ele nos teria feito de roupa? Ou teriam estas sido feitas pelo homem? E o ato sexual, tão natural quanto alimentar-se, dormir, andar, falar ou morrer, teria sido inventado por quem? Por que ele seria feio ou errado? Francamente…
Lembro, a respeito, dos Comentários do Professor PINTO FERREIRA, que escreveu: “publicações como a revista Playboy” – as palavras são dele, juro por Deus (opa!) – “permanecem adequadas aos padrões atuais, exibindo a beleza da mulher brasileira, como Luma de Oliveira, miss Playboy internacional, Luiza Brunet, de seios desnudos e olhares provocativos, que não refletem nenhum tom de imoralidade, sendo somente padrões de divulgação da beleza feminina.”
Quem achar que estou com brincadeira, confira: Comentários à Constituição Brasileira, 5.vol., São Paulo: Saraiva, 1992, p. 352) E vejam que ele comenta com conhecimento de causa!
E, a propósito, suas estatísticas do “Analytics” vão para as alturas, hein, George?! Você até colocou a foto, para os que caírem por aqui de para-quedas não ficarem com muita raiva.
Mas será que você não está desrespeitando a decisão judicial? ;-) Cuidado com os fundamentalistas!
Ah… E quanto ao título do post, genial! Que trocadalho do carilho!!!
Somente agora fui perceber que ela está “chorando” na foto… puuuuuutz, agora que ficou bom mesmo! A “mente suja” que idealizou a foto tem minha mais sincera admiração.
Mas Hugo, além dos fins sociológicos e das piadas, e as entrevistas? Esqueceu como são boas as entrevistas?
Abraços
Ah, o título do post foi extraído de um filme de 1992, com Sean Penn e Robert de Niro. Redde Caesari quae sunt Caesaris…
Sim, grande Drica, as entrevistas!!! Na da Carol Castro, por exemplo, há uma muito, mas muito boa mesmo com o Paulo Coelho, que revela bastante de sua personalidade, em todos os sentidos. Bem sincero, ele revelou um ego do tamanho da tiragem de suas obras.
Agora, quanto à foto, não encontrei, na revista, nenhuma IGUAL. Conferi de novo agora, e há uma parecida, na qual ela não está chorando, e que o terço aparece integralmente, com o crucifixo bem entre… digamos… deixa para lá. Talvez por isso os caras tenham se revoltado.
E depois falam que o Islã é intolerante…
Mesmo o hate speech, em minha Opinião, deve ser tolerado, dai o desacerto da decisão do STF no caso Elwanger. Concorde ou não, a doutrina Americana, in casu, é a melhor, no meu ponto de vista.
Olá, Geroge.
Meu nome é Raul Nepomuceno e também sou professor universitário no curso de Direito (mas na FFB). Temos amigos em comum (Drica e Carlos Marden) e sempre ouvi excelentes referências a seu respeito, embora ainda não tenha tido a oportunidade de uma aproximação, o que espero que ocorra um dia.
Acompanho suas publicações no blog, George, e sempre considero suas opiniões muito ponderadas e interessantes. Volto lá sempre que posso (ou me lembro). No entanto, recentemente li um texto seu sobre a foto da Carol Castro e, embora o assunto no blog já tenha sido aparentemente superado (a discussão agora é sobre o garantismo), me senti impulsionado a escrever, discordando da sua opinião.
Mas um preâmbulo se faz necessário antes que eu comece a apresentar minha opinião.
Primeiro quero deixar claro que não sou religioso e não pertenço a nenhuma instituição religiosa, razão pela qual tentarei expor meu pensamento com o máximo possível de razoabilidade e levando em conta os aspectos jurídicos que o caso suscita. Em segundo lugar, quero dizer que, ultimamente, tenho evitado confrontos argumentativos desse tipo, principalmente sobre religião, porque não tenho encontrado muitas pessoas que se proponham a discutir o tema de forma equilibrada. Sempre há muito exagero, você sabe. Como diz Aristóteles, “não se deve discutir com todos, nem praticar a Dialética com o primeiro que aparecer, pois, com respeito a certas pessoas, os raciocínios sempre se envenenam” (Tópicos, livro VIII, capítulo XIV, 164 b). Tenho levado à risca esse conselho. E isso quer dizer que, ao lhe enviar uma mensagem e me dispor a discutir o tema com você, demonstro que tenho muito respeito e admiração pela sua capacidade intelectual.
Pois bem, terminado o preâmbulo, vamos ao que interessa. Resolvi separar trechos de seu texto e comentar por partes, começando pelo título. Peço que tenha paciência porque é uma mensagem um tanto quanto longa.
“Fé demais não cheira bem…”
Ao contrário do Hugo, não achei o título “genial”, George. Achei um tanto preconceituoso. Até um pouco ofensivo. A mim pareceu carregado de um certo rancor e fez parecer que você tem mesmo alguma coisa contra as pessoas muito religiosas de uma forma geral, especialmente contra os católicos muito religiosos. Dizer que “fé demais não cheira bem” faz parecer que você acha que há sempre “algo errado” com pessoas muito religiosas, talvez porque a maioria daqueles que são muito religiosos seja formada por gente muito chata mesmo, sei lá, talvez porque você impute à religião em geral – e ao catolicismo em particular – mais prejuízos à humanidade do que benefícios e ache, ainda, que pensar de forma religiosa é algo “atrasado demais” para o século XXI. Não sei, realmente. Mas eu me pergunto: fé em demasia é algo tão necessariamente perigoso ou pernicioso mesmo? É algo que sempre suscita desconfiança a ponto de “não cheirar bem”? Diga-me, George, o humilde lavrador do semi-árido, castigado pela estiagem, sofrido, faminto, que não tem a quem recorrer senão ao seu deus, e que nele deposita toda a sua fé, toda a sua esperança, age mal? “Cheira mal” a sua fé incondicional no seu deus? Aquele indivíduo que, cansado das desgraçadas dessa existência, não vê nesse mundo material nada aprazível ou valioso, apenas vaidades, e que opta por centrar toda a sua atenção em uma realidade transcendental, que lhe satisfaz a alma e lhe dá na esperança de uma vida de paz, age mal? “Cheira mal” a sua opção? Você poderia até dizer que, na sua opinião, estes dois que eu citei incorrem em engano, um por ignorância, o outro por covardia. Mas dizer que a fé “excessiva” deles “não cheira bem” conduz à idéia de que há algo necessariamente malicioso, ardiloso e/ou maldoso em todo aquele que tem a fé como algo primordial em sua vida. Será que é assim? Eu penso que não. Não necessariamente.
Pessoalmente, também repudio as desgraças que a religião produziu e produz no mundo, repudio sobretudo a ganância inescrupulosa e a hipocrisia. Mas daí a dizer que “fé demais” é algo que “cheira mal”, parece generalizar de forma injusta e preconceituosa a faceta da fé capaz de produzir mazelas.
“Particularmente, não concordo com a decisão, ainda que tenha havido, por parte do juiz, uma saudável tentativa de harmonizar os interesses conflitantes.”
Na minha opinião, George, a parte mais importante dessa história toda foi exatamente o fato de o juiz ter se preocupado em tentar harmonizar os interesses conflitantes. Não deve ter sido uma decisão fácil, eu imagino. Basta pensar que ele poderia ter concedido a liminar no sentido de determinar a imediata apreensão de todos os exemplares já impressos da revista em bancas, livrarias, etc., bem como a proibição da impressão de novos exemplares com aquela foto, o que teria sido ainda mais problemático – acho que você concorda. Poderia também ter simplesmente considerado uma futilidade esse sentimento religioso de milhares – ou milhões – de pessoas que consideraram a foto ultrajante a um símbolo sagrado da sua religião, negando o pedido mediante a classificação desse sentimento religioso de “falsa moral” e “hipocrisia”. No entanto, optou pela solução menos ofensiva a direitos fundamentais de ambos os lados e a sua decisão acarretou o seguinte: nem a liberdade de expressão artística foi tão fortemente atingida, visto que a foto consta nos milhares de exemplares já impressos e, além disso, em milhares de sites na Internet pelo mundo inteiro, nem o sentimento religioso das pessoas foi desprezado totalmente, pois, ainda que a foto esteja aí e não dê mais para conter a sua divulgação, a impressão de novas fotos está proibida. Se a foto não tivesse nem sido publicada e ninguém tivesse tido acesso a ela, tudo bem, aí eu diria que a ofensa seria realmente grave à liberdade de expressão artística. Mas não foi isso que aconteceu.
E ao reconhecer apenas como “saudável” a tentativa do seu colega magistrado de realizar a concordância prática dos direitos fundamentais em tensão, acho que você acabou desvalorizando-a um pouco, mesmo porque logo em seguida você passa a tratá-la como uma decisão absurda, autoritária, medieval mesmo, assemelhando-a quase a decisões do Tribunal do Santo Ofício. E, na minha opinião, esta é uma análise injusta diante da preocupação que o magistrado teve em ponderar os valores em jogo, em solucionar aquele conflito da forma mais harmoniosa possível, evitando o excesso. Você poderia até discordar da decisão, obviamente, mas, ao meu ver, poderia ter reconhecido um pouco mais de mérito na preocupação do juiz em realizar a concordância prática dos direitos fundamentais em tensão.
“A meu ver, a liberdade artística deveria prevalecer integralmente nesse caso. Aliás, basta ler o livro “Os Sete Minutos”, de Irwing Wallace, que já comentei aqui, para se convencer de que falsos moralismos não são suficientes para justificar uma limitação tão séria à liberdade artística e de expressão.”
Primeiro: foi mesmo uma limitação tão “séria” assim à liberdade artística e de expressão? Como disse, não sou religioso, e, pessoalmente, também não vejo – na minha subjetividade – motivo para tanta tempestade em torno da foto. Mas, George, também não vejo motivo para uma tempestade tão grande pela retirada de uma foto de uma revista masculina erótica. Uma foto, apenas.Não acho que seja algo tão “sério” assim, como você diz. Se os católicos exageraram na reação deles, acho mesmo que você exagerou na sua. Até mesmo porque a foto foi distribuída na primeira tiragem e milhares de exemplares foram e estão sendo vendidos com a foto, que, aliás continua por aí, circulando o mundo inteiro pela Internet.
Segundo: Para chamar um moralismo de “falso”, George, você tem que estar bem seguro do que você está dizendo. Será que todos os que se sentiram ofendidos com a foto são falsos? Será? Será que não há uma parcela considerável de religiosos que vivem a moral que pregam? O que você acha? Acha mesmo que a moral cristã é falsa, que é uma moral de hipócritas? Tem realmente certeza disso? Acho que, mais uma vez, você generalizou indevidamente uma afirmação de forma preconceituosa.
“Isso é coisa da Idade Média!”
Para mim, essa frase é a demonstração mais nítida do exagero na sua reação. Chamar essa decisão de “coisa da Idade Média” é, no mínimo, uma técnica de argumentação falaciosa para chocar os seus leitores e levá-los a um repúdio ainda mais profundo à decisão. Fez-me lembrar um dos estratagemas apontados por Schopenhauer no seu clássico “A arte de ter razão”:
“Um modo prático de afastar ou pelo menos colocar sob suspeita uma afirmação do adversário contrária a nós é o de submetê-la a uma categoria odiada, ainda que a relação entre elas seja a de uma vaga semelhança ou de total incoerência. Por exemplo: “isto é maniqueísmo; isto é arianismo, isto é idealismo; isto é ateísmo etc.” Com isso supomos duas coisas: (1) que aquela afirmação é mesmo idêntica à categoria ou que ao menos está contido nela, o que nos leva a exclamar “Ah, isso nós já conhecemos”, (2) que essa categoria já foi completamente refutada e não pode conter nenhum termo verdadeiro.” (Arte de ter razão, Martins Fontes, 2005, p. 47/48).
Então eu pergunto, George: será que a decisão é mesmo idêntica a essa categoria, a saber, “coisa da Idade Média”? Ao meu ver, “coisa da Idade Média” seria se essa moça, o fotógrafo e o editor da revista tivessem sido presos, torturados, queimados em público e todos os exemplares apreendidos e confiscados. Acho o contrário, George, acho que essa decisão é “coisa da nossa época”, de uma época em que a tolerância com a forma de pensar dos outros é uma necessidade para o adequado desenvolvimento de uma sociedade “fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social” (Preâmbulo da CR/88). Claro que eu entendi o que você quis dizer com “coisa da Idade Média”, sei que o sentido não foi tão literal assim. Mas, de todo modo, me pareceu um exagero desprovido de fundamento. Acho que a decisão foi muito, muitíssimo longe do que se pode considerar de “coisa da Idade Média”. Acho que o juiz, como mediador do conflito, foi muito prudente. Interessante, nesse ponto, voltar a atenção – ainda que apenas para reflexão – para o que Bertrand Russell (um ateu convicto, você sabe) disse sobre a Idade Média:
“A imagem que temos da Idade Média, talvez mais do que a qualquer outro período, foi falsificada para se encaixar em nossos preconceitos. Ás vezes essa imagem nos tem parecido negra demais, às vezes rosada demais” (Por que não sou cristão, L&PM, 2008, p. 85).
Por favor, não entenda que estou aqui dizendo que a Idade Média foi um período maravilhoso na História da humanidade. Acho que foi um período em que erros graves foram cometidos e em que avanços foram realizados, como, aliás, em todos os períodos da História da espécie humana. Mas, enfim, isso foi só uma digressão.
“No caso em questão, a foto é de muito bom gosto, pelo menos na minha opinião. Mesmo que se considere que a pornografia não está protegida pela liberdade de expressão, é inegável que a polêmica foto está longe de configurar material obsceno.”
Inegável, George? Você tem certeza que é INEGÁVEL que a foto está LONGE de ser algo obsceno? Você mesmo disse que essa é a sua opinião, ora. Quando a gente chega ao ponto de dizer que a nossa opinião é “inegável”, há algo muito perigoso no ar. Isso, sim, parece não cheirar bem. “Obsceno”, George, é algo que fere o pudor, sendo o pudor algo subjetivo por definição. Pergunto: sua opinião é a única objetivamente verdadeira e válida sobre a obscenidade da foto? Não se pode discordar da sua opinião, já que é “inegável” a sua conclusão? Não é razoável aceitar que alguém, criado e educado na tradição católica, tenha seu pudor ofendido ao ver um crucifixo (objeto sagrado) num ensaio erótico em uma publicação de circulação nacional? É inconcebível que alguém ache a foto de mau gosto, provocativa e desrespeitosa com aquele símbolo que, para milhões de pessoas, é sagrado? Pessoalmente, acho a foto de bom gosto e não vejo problema nela. Mas, pessoalmente, acho razoável que católicos tenham se sentindo ofendidos. Pelo menos não acho tão absurdo assim como você disse.
Sabe, George, o que eu mais detesto nos religiosos fundamentalistas é o seu inconformismo em relação ao fato de as outras pessoas não quererem pensar como eles pensam. Detesto esse proselitismo ofensivo e arrogante deles. E, absurdamente, muitos que criticam isso nos religiosos fundamentalistas acabam incorrendo erro semelhante, tratando a religião como coisa de imbecil e simplesmente não aceitando que as pessoas sejam religiosas, numa espécie da cruzada cética contra a religiosidade. Isso também não consigo entender.
“Também não consigo perceber qualquer ofensa direta ou mesmo indireta ao cristianismo.“
Claro que você não consegue perceber ofensa, George, uma vez que o “terço” católico não significa muita coisa para você. Tenho certeza que você não o considera um objeto sagrado. Também não significa para mim. Nem o “terço” católico, nem uma edição do Corão, nem uma imagem de Buda em bronze, nem a imagem de Maria em gesso. Não significam nada pra mim. Mas significa para muita gente. O direito que se pretendeu proteger com essa ação não foi o seu ou o meu sentimento religioso, mas o sentimento religioso de milhões de católicos que viram a foto na imprensa e sentiram que houve ultraje a um símbolo sagrado.
E aqui cabe uma pequena explicação ao comentário do Hugo sobre a nudez feminina. Na moral cristã, o corpo de uma mulher nua não é pecaminoso, em si mesmo. Não seria problema, por exemplo, se mulheres católicas que usam crucifixos pendurados no pescoço não o tirem na hora de tomar banho ou na hora de ter relação sexual. Nem o corpo nu nem o ato sexual são pecaminosos na moral cristã. Pecaminoso, para a moral cristã, é publicar a nudez, que deveria ser mantida na intimidade. Você pode achar isso absurdo, mas, segundo o que eu penso, deveria respeitar o fato de que muita gente não acha.
“A configuração do “hate speech” é um dos motivos juridicamente aceitáveis para a restrição da liberdade de expressão, o que, a meu ver, não ocorreu no caso, até porque a revista é destinada primordialmente ao público masculino adulto, não sendo razoável imaginar que as pessoas mais religiosas terão acesso ao referido material.“
Tudo bem dizer que não está configurado o “hate speech”. Concordo plenamente. Mas dizer que não é razoável imaginar que as pessoas religiosas não teriam acesso à foto é brincadeira, George, pois a foto não saiu apenas na revista. Dezenas e dezenas de sites da internet e programas de TV, de conteúdo jornalístico (e não erótico), noticiaram a publicação da tal foto. Além disso, se alguém ultrajar algo que eu tenho por sagrado, eu não preciso sequer ver ou ouvir diretamente para ter direito a tomar providências. Se você tiver notícia de que alguém ultrajou sua mãe ou seu filho, por exemplo, pode tomar providências mesmo que não tenha visto ou ouvido a referida ofensa.
“Acho que as pessoas mais religiosas deveriam se preocupar com o que é realmente importante do ponto de vista ético e não ficar perdendo tempo com futilidades.”
Ainda bem que você é juiz da 5ª. Região e não diplomata na Faixa de Gaza, George. Já pensou você tentando negociar um cessar-fogo chamando de “futilidade” as questões religiosas daquelas pessoas? Na minha opinião, George, essa é mais uma afirmação carregada de intolerância com o modo de pensar dos outros. Você não tolera mesmo que alguém se ofenda com essa foto, não é? Diga-me, George, quem sabe o que é “realmente importante” do ponto de vista ético? É você? O que é uma futilidade? É o que você acha que é futilidade? Para milhões de pessoas o crucifixo é importante e sagrado, será que é inaceitável isso? Será que é inaceitável que não queiram que seu objeto sagrado não esteja num ensaio erótico? Eu penso que não seja inaceitável.
Por fim, espero realmente que você receba meus comentários como amigáveis e sinceros, e que os considere ao menos para reflexão. Não quero mudar sua opinião. Acredite em mim, não quero mesmo. Aliás, tenho certeza de que não vou mudar a opinião de ninguém aqui. Gostaria apenas de deixar registrada essa crítica.
Um abraço,
Raul Nepomuceno.
Raul,
Li atentamente a todo o seu texto, e gostaria de fezer alguns comentários, se me permite.
Nessa discussão acima, eu havia me posicionado no sentido de tolerar o “hate speech” tal qual na doutrina Americana acerca da liberdade de expressão.
Bem direto: se o Estado atual não tem uma religião oficial, como tinha em 1824 (Católica), então deve conferir proteção a todo e qualquer discurso contrário a toda e qualquer doutrina religiosa. Ao mesmo passo, deve proteger os discursos de representantes das doutrinas da fé em contrariedade aos discursos religiosos. Mais ou menos como aconteceu nesse post: O George condenou a fé das pessoas, e você defendeu ponto de vista contrário.
De fato, você colocou alguns pontos importantes, como a questão da moral cristã e da dificuldade de se saber se ela é falsa ou não. A questão das sacralidade de simbolos religiosos para determinadas pessoas, e a questão de se pensar o quão equivocados podemos estar ao reputarmos a pecha de falsa: moral, ideologia, defesa dos valores. – a determinadas pessoas ou segmentos sociais.
Eu ainda acho que a melhor arma contra um discurso falso é um discurso verdedeira (nas possibilidades humanas de discutí-la e debatê-la) , e porque? porque ninguém é dono da verdade e da razão. Nesse ponto tenho que deve ser protegida a liberdade de manifestação do pensamento, e por óbvio e conseguinte, deve ser permitida igualmente a manifestação veemente e contrária ao discurso anterior.
Aliás, a mesma proteção a foto deve ser conferida a quem protestar contra a foto. E nesse sentido achei válida a sua manifestação Raul, mesmo que eu não concorde integralmente com ela.
Thiago.
Meu Caro George,
Efetivamente considero que o embate de idéias e pensamentos é sempre muito interessante e útil, e como gosta de dizer um amigo “especialmente refrescante”. Não irei comentar mais o assunto do ponto de vista essencialmente técnico pois acho que já foi bem explorado, mas gostaria apenas de reforçar algumas idéias do Prof. Raul Nepomuceno (fazendo minhas quase todas as suas palavras).
Analisar e comentar sobre religião sempre é uma matéria complexa e muitas vezes polêmica.
A Igreja Cátólica (falo especificamente dela por ser a que conheço e sigo) é vítima constante de críticas, embates e ferozes ofensas (o que nao considero tenha sido o seu caso) e em muitos casos sequer é corretamente ouvida para que possa explicar e posicionar seus pontos de vista.
Creio sinceramente que ao tratar de direito vivemos quase sempre em uma região de fronteira, onde a limitação ao direito de um representará muitas vezes a salva-guarda do de outro.
Desta forma, considero que muitas vezes ao atacarmos ideias religiosas, inclusive facilmente taxando a igreja católica, em especial, e outras religiões sérias do mundo (todas comprometidas com uma carga ética e moral muito bem definida) como um conjunto de radicias e hipócritas corremos o risco de sermos profundamente injustos, especialmente considerando que todas elas simplesmente representam um convite, e como tal apenas nos cabe acatar ou não.
Durante muito tempo reservei-me em expressar minhas convicções religiosas, muitas vezes por me sentir intimidado pela lógica geral dominante de que o pensamento religioso é especialmente retrógrado e desconectado da realidade digamos “racional”.
Hoje, depois de alguns acontecimentos em minha vida pessoal passei a ter outra postura. Tal postura é caracteriza por um imenso respeito ao pensamentos e visões diferentes da minha porém também caracterizada por uma defesa clara e segura de meus pensamento religiosos e especialmente da perfeita visão cristã (que jamais terei pela minha infinita imperfeição, porém que sempre buscarei).
O pensamento religioso é sempre taxado de radical, mas na verdade o é, e mais ainda, deve ser. Ninguem conseguiu ser mais radical que Nosso Senhor Jesus Cristo (sei que ao tratar desses assuntos automaticamente passo a correr o risco de ver minha “visão jurídica” comprometida para muitos, porém tenho uma imensa tranquilidade em saber que tais percepções podem e devem perfeitamente coeexistir) e Ele ao nos ensinar as verdades e propor um caminho (Ele simplesmente convida, nós aceitamos se deserjarmos) foi radical, porém propos uma radicalidade baseada em uma única lei, o amor (que infelizmente passou a ser visto como um pensamento “cafona”, digamos). Um amor incondicional, daquele que deu sua vida para salvar aqueles que infelizmente não poderiam por força própria serem salvos.
Sei que ao falar de salvação e no sacrifício supremo de Jesus na cruz desperto automaticamente em muitos o seguinte pensamento: ” eu nao pedi para ser salvo, logo não tenho consequentemente nenhuma relação com isso”. Sem dúvida é verdade, mas um dia (e tenham certeza esse dia virá) entenderão a grandeza do ato voluntario de Jesus, o salvador.
Efetivamente não quero que pensem que minha visão aqui é puramente religiosa, porém como católico efetivamente creio no direito de termos elementos e simbolos que nos são caros, preciosos, e sem dúvida que merecem o respeito e a nossa proteção. Estou certo de que ninguem ficarei satisfeito de ver uma foto de família ou uma objeto que representa um valor para a sua família utilizado de forma indevida.
Creio efetivamente que alguns simbolos e pensamento religiosos devem realmente ser protegidos, pios representam a crença mais sincera, segura e íntima de milhões de pessoas, e especialmente não cabe a ninguem julgar a intensidade ou pureza desta fé, a não ser ao Nosso Deus Criado e a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Não bastasse isso temos milhares de exemplos de pessoas que abandoram vícios destrutivos, famílias restauradas e indivíduos curados de enfermidades do corpo e do espírito por Deus e através de Sua igreja, fazendo que com a idéia de que a fé é algo fantasioso ou medieval cai por terra imediatamente.
Sim meus queridos, não tenho nehuma espécie de constrangimento por declarar-me católico (inclusive muito pior do que deveria ser). Sou católico por opção, pois encontro em minha igreja todas as respostas que preciso, sabendo muitas vezes que ainda não tenho forças para segui-las, mas sabendo que este o caminho que me guiára hoje e sempre, preservando minha vida e minha família.
Fiquem com Deus e com Nosso Senhor Jesus, e um dia ao nos encontrar-mos com Ele (que Ele permita esse grande e maior encontro) perceberemos toda a Sua real grandeza e perfeição.
Forte abraço
Rafael Motta,
interessante o seu ponto de vista, mas eu advirto, esse blog, assim como o do endereço anterior, reservou um grande espaço para discussões de assuntos oriundos de mentes ateístas, como os dos livros de Richard Dawkins (Deus um Delírio, o Relojoeiro, Capelão do Diabo, etc…) e também combate a questão de leis e decisões calcadas em pensamento religioso. A princípio, as pelavras Deus e Jesus Cristo, aqui, não tem mais peso do que lixo atômico e Carla Perez.
Meu Caro Thiago,
Desejei apenas expor meu ponto de vista, talvez diferente do foco. O mantenho mas agradeço a sua advertência. Fica com Deus.
Rafael,
fique com Deus você também.
Obs: Já repararou que os grandes debates, que contanham algum fundo religiosos, estão sendo travados pelo Poder Judiciário?
Abraços.
Thiago
Rode Madalena de Jesuz
A cura atravez da palavra milagres ou tecnologia Allen
Muitas pessoas acreditam que se tiver fé podem obter um milagre e ser curada de qualquer doença. Ha que bom seria se estas pessoas conseguissem compreender que essas curas não são milagres, mas, apenas um processo natural do nosso organismo.
A medicina moderna acha que conhece todo o corpo humano e só com química é capaz de curar doenças, mas, mal sabem eles que o universo é infinito tanto em grandeza como também em pequeneza que o átomo não é a menor partícula só define a fronteira em que a ciência conseguiu chegar. Mas, então como é possível curar alguém apenas com palavras?
Cristo curou muitas pessoas e nunca disse que fazia milagres pelo contrario dizia que qualquer pessoa se tivesse fé poderia fazer o mesmo e ainda ficava furioso com quem dizia que Ele fazia milagres. Mateus cp.17- ´17 E Jesus, respondendo, disse: O geração incrédula e perversa! até quando estarei eu convosco, e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui. 18 E, repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele, e desde aquela hora o menino sarou. 19 Então os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, disseram: Por que não pudemos nós expulsá-lo? 20 E Jesus lhes disse: Por causa de vossa pouca fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.`
Porque na verdade gente tudo no universo, que vemos ou sentimos são ondas como cor cheiro sabor, som… E o som ou a voz humana bem aplicada com a técnica certa emite ondas que conseguem ativar sistemas imunológicos que a ciência ainda não descobriu ou não da à devida importância, fazendo com que a pessoa doente reaja agressivamente a qualquer tipo de doença.
Como é possível acreditarmos que podemos mover um robô lá em Marte que esta a milhares de quilômetros e acharmos que uma pessoa que foi curada ouvindo uma oração é um milagre?
Robôs em marte é uma realidade e não é um milagre é ciência.Rode Madalena de Jesuz,Atos 12-12.
Sinceramente, não entendo como alguém pode ser religioso. Acreditar em coisa completamente absurdas, ilógicas e falsas. Se digo que acredito em lobisomens sou ridicularizado mas se afirmo acreditar em anjos ou em virgens grávidas sou citado como exemplo a ser seguido….. Argh, a maior parte da humanidade me enoja.
Concordo com Rainor. E digo que está tudo errado desde que meteram direitos e proteções envolvendo o Estado no meio da religião.
Sigam suas vidas, acreditem no que for preciso para se viver bem em sociedade.
Se minha religião for a de uma grande nave intergaláctica que rege minha vida baseada na força de uma Estrela chamada Príon e eu devo ser bom para meu próximo a fim de me tornar um Cavaleiro da Ordem Magna de Jubillathan (estou inventando tudo isso, compreendam), é o necessário para mim. E não admito que ninguém que AFIRME que Jesus existiu, que andou sobre a água, fez milagres, nasceu de uma força maior, engravidou uma mulher imaculada, etc, etc, etc diga que minha teoria/religião é ridícula. Religião é religião, fé é fé. Fé é crer sem precisar de provas, sem argumentos lógicos, creio eu.
Rainor, meu preto: tô contigo e não abro.
E outra: se Deus é MESMO todo misericordioso e, repito, TODO misericordioso, Ele vai me perdoar por o que quer que eu tenha feito aqui na Terra. Tenha eu estuprado, matado, ajudado, perdoado ou cheirado pó.
Afinal, crente com o passado sujo existe mais do que pão. Hahaha…
Fiquem com Deus ou com a Força de Jubillathan!
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