Os Sete Minutos – de Irving Wallace

Quando eu tinha mais ou menos quinze anos de idade, li “Os Sete Minutos”, de Irving Wallace. Foi uma obra que marcou minha vida por ter sido o primeiro livro com mais de quinhentas páginas que consegui terminar de ler de cabo a rabo. Uma leitura eletrizante, daquelas que você não consegue mais largar o livro.

Na semana passada, estava bisbilhotando uma livraria quando encontrei uma edição de bolso do referido livro a preço de banana. O livro, com quase novecentas páginas, custava menos de vinte reais (a editora é a “Bestbolso”). Resolvi comprar e repetir a leitura já com o olhar de um professor de direito constitucional.

O livro é realmente fantástico. Vale a pena a leitura tanto pelo romance em si quanto pelo aspecto jurídico.

Apesar de ter sido escrito nos anos 70, a discussão permanece atual: um livreiro foi preso por vender exemplares de um livro chamado “Os Sete Minutos”, escrito por um tal de JJ Jadway, que supostamente teria um conteúdo obsceno. Pela legislação norte-americana, a venda de material obsceno seria crime (como aqui no Brasil). A estória gira em torno do processo judicial daí decorrente. Para apimentar ainda mais a narrativa, foi sugerido que o livro teria estimulado um adolescente a cometer um estupro (o que nos faz lembrar de uma discussão atualíssima a respeito da influência dos filmes e jogos de computador no comportamento de crianças e adolescentes).

Como se vê, mais uma vez os direitos fundamentais são o foco central de uma boa estória. O autor, apesar de não ter formação jurídica, conseguiu apresentar bons argumentos em favor dos dois pontos de vista contraditórios. Pra dizer a verdade, os argumentos utilizados em favor da liberdade de expressão lembraram muito o pensamento de Ronald Dworkin, que, por sinal, defende que a pornografia está protegida pela primeira emenda. Vale ressaltar que os artigos de Dworkin foram escritos depois da publicação de “Os Sete Minutos”.

Para finalizar, só me resta sugerir a leitura do referido livro. E quem quiser fazer sugestões semelhantes, fique à vontade para incluir nos comentários.

28 comentários em “Os Sete Minutos – de Irving Wallace”

  1. Obrigado pela indicação, vou procurar lê-lo.

    Aproveitando as maravilhas do livro de bolso (custo benefício), sugiro:

    como humilde sugestão, fica o clássico Crime e Castigo de Dostoiéwski, principalmente por se tratar de uma narrativa que envolve um (ex) Estudante de Direito (Raskólnikov), e um suposto delírio que o acomete, colocando em relevo a questão social da Antiga Rússia em que se desenrola o enredo, tendo ccomo pontos primordiais, a meu sentir, além da trama do homicídio da velha usurária, o primeiro diálogo travado entre Rasólnikov e outro personagem de nome Lújin, em que o autor traz à baila os supostos motivos pelos quais a criminalidade estava, naquele momento, envolvento pessoas de “classes mais abastadas”, e também sobre a famosa teoria das pessoas ordinárias e das pessoas extraordinárias, com os olhos voltados às sagas Napoleônicas, todos, pontos que conseguimos transportar para a atualidade sem que se de um “pulo de tigre”, tão abominada na historiografia geral, e principalmente jurídica.

    a versão poket pode ser adquirida por duas editoras: Martin Claret – 555 p.(R$ 18,00) e L&M poket – 592 p. (R$ 22,00), que ainda reputo caros, porém, em comparação com a edição mais elaborada da Editora 34 – 568 p. ( R$ 64,00), é um bom exemplo de custo benefício.

  2. Não sou profissional na area do direito, estou lendo o livro, mas, ainda estou por meio da página 400. A conclusão que tiro até onde li, é que, imitando a realidade, as pessoas e consequentemente às sociedades, são hipócritas ao condenar nos outros algo que elas mesmas carregam. Tem curiosidade de conhecer mas, que por medo, não conhecem e por tanto, tendem a odiar os que tem coragem de ir até o ponto que os instigam, sem, contudo, causar dano a outrem. Fico pensando o quanto fantasias e realizações das mesmas, podem prejudicar os outros, desde que ninguém seje obrigadoa a fazer o que não deseje, ou enganado de alguma forma, acho que fazer sexo e falar de sexo abertamente é uma forma de exercer a liberdade.

  3. Hoje tenho 52 anos, mas li este livro quanto tinha 17 anos, achei o livro extraodinário. Este Livro foi o trampomim para minha paixão pelo Direito. Recomendo a Leitura.

  4. Você achou menos de vinte reais barato? Pois saiba que eu paguei um real num sebo por ele!!rs

    Estou adorando a leitura dele, estou lá pela página cento e oitenta mais ou menos. Quem já leu, não conta o final hein..rssr

    Abraço!!

  5. Você achou menos de vinte reais barato? Pois saiba que eu paguei um real num sebo por ele!!rs

    Estou adorando a leitura dele, estou lá pela página cento e oitenta mais ou menos. Quem já leu, não conta o final hein..rssr

    Abraço!!

    Ueritom

  6. Olá, George

    Li esse livro em 1987….é exatemte como descreveu…incrivel..uma das melhores leituras que fiz.
    lembro que inventei uma dor de cabeça, deixando de ir uma festa de casamento, só para terminar a leitura.

    Um abraço

  7. Oieee… hoje tenho 28 anos, li sete minutos as 17 anos e como alguns já comentaram o livro é fantástico.
    Eu digo que este é o melhor livro que já li rs rs rs.
    Mas comigo foi diferente eu ja era apaixonada pelo direito, após a leitura a paixão só aumentou.

  8. Outro livro interessante, com tema judicial, é o “A ira dos Anjos” de Sidney Sheldon. Na realidade, é o melhor que eu já li. Acolhi a leitura de “os 7 minutos” mas não postei aqui. Realmente o livro é muito bom. A cena do suposto estupro é narrada de maneira bastante peculiar, fazendo lembrar uma cena também de estupro contida no livro “capitães de areia” de Jorge Amado.

    Enfim, o blog do George deveria voltar com mais freqüência a sugestões de leitura não eminentemente jurídica.

    Posto aqui celebrando os quase dois anos deste tópico, que como muitos, não morreu.

  9. Aproveito para informar que o autor Irving Wallace foi um extraordinário escritor, e que todas as suas obras merecem ser conhecidas. Acrescento, ainda, que o livro de sua autoria ” O FÃ-CLUBE”, sinceramente, é absolutamente impactante, muito mais, inclusive, que ” os sete minutos”. Enquanto esteve vivo (até 1991), Irving Wallace foi o segundo autor mais lido do mundo: mais de trezentos milhões de livros vendidos. Por ter escrito, pormenorizadamente, toda a história do Prêmio Nobel ( 1961), era constantemente consultado para opinar sobre quem haveria de recebê-lo, ano após ano. E foi ele, sem dúvida, o responsável por ler o primeiro livro de Sidney Sheldon ( A outra Face) e de ter pedido a um editor que o publicasse. Por fim, seu livro ” O ROMANCE”, é, de todos os que li, o mais sincero e cortante depoimento sobre as dificuldades que um escritor enfrenta para escrever um livro; e sua obra ” O HOMEM”, revela, nos anos 60, como reagiriam os Estados Unidos tendo, como presidente, um homem negro…Wallace declarou, certa vez, que a foto de Martin Luther King lendo ” O HOMEM” foi uma de suas maiores alegrias na vida.

  10. o sete minuto poderia ser a maior maravilha de um romance ja lido por todo mundo , li pela primeira vez em 1978 umas tres vezes de pois de mais de 20 anos entrei em uma livraria quem estava ali olhando para mim com aquela capa obsena nao resisti , e muito bom poderia escrever outro livro e o final sensacional .

  11. Mexendo na biblioteca da escola encontrei esse livro, o título me chamou a atenção, então revolvi lê-lo. Começo hoje, vou demorar um pouco pois minha vida anda corrida mas… vou ler tudo! O que me chamou a atenção foi ver que estou com um livro de 634 páginas bem amarelado com edição em 1986, acho que deve ser a 1ª no Brasil.
    Depois volto a escrever no final da leitura!

  12. intereressantíssimo os comentários de quem já leu “os 7 Minutos”, do Wallace. Eu tô na página 232 e sempre me sentia desestimulado pra continuar porque ainda não tinha lido nada sobre essa grande obra literária. Mas agora, assim que me desplugar, mergulharei de novo nele. Posso admitir que é um pouco chocante, mas sem dúvida, uma ótima leitura que pessoas raras e cultas conseguem perceber que ali não é pornografia escrita, mas a luta pra manter vivo o direito à liberdade de expressão. Grande livro, nos dois sentidos!

  13. …realmente. Faço minhas as palavras do pessoal aí de cima. O livro é extraordinário. Li-o já ha algum tempo e foi um dos livros que me impactaram.
    Aproveito para também indicar um autor que é “muito fera”: KEN FOLLET. Já li diversas obras dele e digo que são fantásticas.
    Abraço

  14. Pormi,gostei muito da forma como o autor Irving Wallace escreve. È um romance que argumenta sobre vários pontos de vista, mas também é um romace de ação , cheio de reviravoltas. È denso e empolgante. O tema é a liberdade de expressão e até onde o homem pode ir ao exercer essa liberdade. Na verdade nunca somos inteiramente livres. A nossa liberdade é um compromisso com a sociedade que nos rodeia e que podemos ajudar a mudar.

  15. Excelentíssimo sr.George, muito obrigado pela sublime prospecção de os sete minutos, casualmente, eu tb o tinha lido aos 15/16 anos.
    Vou reler.

    Sds.
    Marco Pimenta

  16. Li há mais de vinte anos e é seguramente um dos melhores que já lí.Não dá apara abandonar a leitura.Está entre os três melhores que lí,e ilha que já lí centenas.Os outros dois são A Ira dos Anjos de Sidney Sheldon e Moksha de Aldous Huxley.Leiam e não se arrependeram.

  17. Li “Os Sete Minutos” com a finalidade de elaborar um trabalho de Direito Penal, eu fiquei tão fascinada e encantada com a estória que cheguei a me entregar de corpo e alma à leitura, finalizando-a em três dias consecutivos.Com todo esse fascínio e encantamento
    fiz o trabalho muito bom, alcançando nota máxima.

  18. Eu adoro tudo que se diz respeito a Irveing Wallace, Ja li 8 de seus livros, mais esse ” os sete minutos” AINDA nao, será o proximo, com certeza.

  19. Li os sete minutos por acaso a mais de vinte anos ,vc naõ desgruda da leitura e bateu a saudade de ler novamente.

  20. Hoje comentamos a respeito desse livro que lí assim que saiu e depois nunca mais …acontece que nas minhas lembranças além da relação jurídica e sexual haviam receitas dos pratos degustados. Isso foi colocado em dúvida pela outra pessoa com quem comentava a respeito. Alguem pode me esclarecer ? deaperes@gmail.com

  21. Li Os Sete Mutos quando era adolescente, e sua historia se perdeu na minha memoria, pois hoje estou con 60 aninhos.Há poucos dias encontrei este livro por acaso e me lembrei que já o havia lido.Mas li novamente e cotinuo achando que foi um dos melhores livros que já li.. Recomendo. Irwing Wallace é excelente Autor.

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